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A Associação Empresarial e Cultural de São
Lourenço do Oeste entidade representativa da classe empresarial lourenciana vem
a público expressar o seu apoio ao documento MANIFESTO PELO OESTE, encabeçado pelas entidades: A Associação Comercial e Industrial
de Chapecó (ACIC), o Centro Empresarial (CEC), a FAESC e as vice-presidências
regionais da FIESC, FACISC e FECOMÉRCIO que reclamam de uma relação de
extrema injustiça na qual os impostos arrecadados não retornam em obras e
serviços. Apontam que as deficiências de infraestrutura anulam os ganhos de
eficiência das empresas e ameaçam o futuro da região.
As entidades advertem que “a manutenção desse
quadro de insuficiências decretará, em curto e médio prazo, a fuga de capitais,
a evasão de empresas, a transferência das agroindústrias para o centro-oeste
brasileiro, a destruição de empregos e o início de um perigoso movimento de
entropia e desindustrialização”.
Na íntegra, o documento divulgado:
MANIFESTO PELO OESTE
As entidades abaixo-subscritas, inspiradas pelos superiores interesses
da coletividade regional, vêm a público para manifestar o seguinte
posicionamento:
Desde o período de ocupação e colonização de Santa Catarina, o grande oeste tem sido uma região distante do centro do poder, ausente dos programas de investimentos dos Governos Federal e Estadual e com dificuldades para o encaminhamento e atendimento de suas mais legítimas reivindicações.
As dificuldades de relevo e de topografia, a distância dos centros de
consumo, as deficiências infraestruturais – entre outras dificuldades –
foram vencidas pela tenacidade e pela vocação ao trabalho das
etnias que desbravaram essa região. Em mais de um século de história, a
região aprendeu a equacionar seus problemas sem a presença do Estado.
As atividades econômicas instaladas e as cadeias produtivas em operação nas áreas da agropecuária, da indústria, do comércio, dos serviços e, mais recentemente, das empresas de base tecnológica, representam uma extraordinária capacidade de produção, geração de empregos, renda e arrecadação tributária para os cofres do Estado e da União federal.
Observa-se, aqui, uma relação crônica e de extrema
iniquidade. Os impostos arrecadados não retornam na mesma proporção em obras
e serviços. Prova disso é que a região acumulou extremas deficiências e clama
por investimentos urgentes em energia elétrica, abastecimento de água,
rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, comunicações, centros de pesquisas,
hospitais, segurança pública (aumento do efetivo das Polícias Militar e Civil).
Essas deficiências de infraestrutura anulam os ganhos de eficiência e
competitividade das empresas em geral e do agronegócio em particular, tornando
mais oneroso produzir no oeste.
A soma desses fatores fortalece um sentimento atávico de abandono e
desatenção que cala fundo na alma dos oestinos. Não é sem motivo
que a região foi palco de movimento separatista, na década de 1980/1990, em
prol da criação do Estado do Iguaçu.
Esse quadro reflete, em grande parte, uma falta de protagonismo
dos representantes da região na Assembleia Legislativa, no
Congresso Nacional e na Administração direta e indireta do Estado e da União
federal.
Esse esquecimento e menoscabo é fruto, também, da inércia de sucessivos
governantes, que não priorizaram as demandas dessa vasta e complexa região, nem
compreenderam as dores dos oestinos – dedicando um tratamento desigual e
perverso para as diferentes macrorregiões catarinenses.
De parte da representação parlamentar observa-se, frequentemente,
posicionamentos (votação) sem sintonia com as necessidades e anseios do oeste
catarinense e, ainda, a ausência de pautas reivindicatórias ou definição
de pautas reivindicatórias sem consulta às comunidades regionais, entidades e
lideranças. É o caso da recente derrubada do veto presidencial ao projeto de
aumento do Fundo Eleitoral para 2022, decisão dos parlamentares que recebeu o
repúdio de toda a sociedade civil.
É comum, também, o império do individualismo e a falta de posicionamento coletivo das bancadas do Oeste em questões de alta relevância para Santa Catarina.
É hora de reparar essa injustiça. É hora de superar o imobilismo. É hora do empresariado, trabalhadores, estudantes, lideranças do campo e da cidade se unirem em um bloco robusto e monolítico em favor das grandes causas do oeste.
A manutenção desse quadro de insuficiências decretará, em curto e médio
prazo, a fuga de capitais, a evasão de empresas, a transferência das agroindústrias
para o centro-oeste brasileiro, a destruição de empregos e o início de um
perigoso movimento de entropia e desindustrialização.
As entidades de representação empresarial que subscrevem esse MANIFESTO PELO OESTE apelam para
que os cidadãos oestinos tenham atenção e critério na escolha de candidatos
para o Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Senado da República, Câmara
dos Deputados e Presidência da República nas eleições deste ano.
O Grande Oeste não pode continuar ausente dos programas governamentais de
investimentos. Basta olhar a contextura do Sul do País para constatar a
preterição de Santa Catarina, no orçamento geral da União, em favor do Paraná e
do Rio Grande do Sul.
O oeste precisa da duplicação da BR-282, da recuperação da BR-163 e
de toda a malha rodoviária estadual (destaque para a crítica
situação da SC-283), da construção de novos sistemas de suprimento de água, de
novas subestações de energia elétrica e novas redes de distribuição, de
gasoduto para gás de uso industrial, da qualificação dos aeroportos, do novo
centro de pesquisa da Embrapa (para área de pastagens), de mais recursos para a
saúde e das ferrovias Norte-Sul (Chapecó-Cascavel, braço da Ferroeste) e
Leste-Oeste (São Miguel do Oeste-Itajaí).
O oeste não aceita mais a condição de território de segunda categoria, abandonado e desvalorizado. É preciso catarinizar o oeste, incorporando-o nas reais prioridades do Governo e da sociedade.
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