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Setor industrial registrou o pior rombo da sua história nas trocas com o exterior. No ano passado, o déficit da indústria da transformação (que converte as matérias-primas em insumos e produtos acabados) atingiu o recorde de US$ 37 bilhões, 125% acima do saldo negativo obtido em 2009. O resultado assusta os especialistas e revigora os temores de desindustrialização no País.
O cálculo foi feito pela Secretaria de Desenvolvimento da Produção, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Se forem excluídos itens com pouco grau de transformação, como aço, açúcar ou celulose, e considerados apenas os produtos manufaturados, o déficit atingiu US$ 70,9 bilhões em 2010.
De acordo com os especialistas, o rombo da indústria é uma consequência da crise global e do forte crescimento da economia brasileira. Com dificuldades para se recuperar da pior turbulência desde a década de 1930 e com capacidade ociosa, os países ricos reforçaram o esforço exportador. O Brasil se tornou um alvo preferencial, graças à expansão do mercado doméstico.
As importações de produtos industriais aumentaram 40% em 2010, para US$ 143,2 bilhões. As exportações da indústria brasileira se recuperaram da crise, mas cresceram menos: 23,5%, para US$ 106,3 bilhões. O câmbio valorizado também ajuda a baratear os produtos importados e a reduzir a competitividade da indústria local. O real forte é resultado das altas taxas de juros locais, que atraem capitais externos, mas também da política de expansão monetária dos Estados Unidos, que provoca uma desvalorização do dólar em relação a várias moedas
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