Na primeira reunião ordinária de junho, realizada na segunda-feira (8), a diretoria da Associação Empresarial de São Lourenço do Oeste (Acislo) analisou os números da segunda pesquisa que identifica os impactos do Coronavírus nas empresas e na economia lourenciana. Os dados foram coletados de forma online entre os dias 17 e 27 de maio. De forma voluntária e anônima, em torno de 35% das empresas associadas responderam o questionamento.

Das empresas que responderam a pesquisa, 41% atuam no setor do comércio, 34% na prestação de serviço, 19% na indústria e 6% como autônomos. Desses, 31,6% são microempresas (faturamento anual de até R$ 360 mil), 31% pequena (faturamento anual R$ 360 mil a R$ 3,6 milhões) e 21,3% Microempreendedor Individual (MEI) (faturamento anual de até R$ 81 mil). Pequenas e grandes empresas somam, juntas, 16,1%.

O levantamento mostrou ainda que, até o momento, 51,6% das empresas não precisaram buscar financiamento ou empréstimo – em abril eram 49,6%. Por outro lado, 29,7% afirmaram que já buscaram financiamento – em abril eram 16,3%. As demais, que representam 18,7% disseram que não pretendiam buscar recursos em instituições financeiras, mas terão que recorrer – em abril eram 34,1%.

Um dado novo, observado apenas na segunda pesquisa, é sobre a redução da jornada de trabalho. Em 58,1% das empresas não houve redução. Em 36,1% das entrevistadas houve também suspensão do contrato de trabalho. Em 63,9% todos os contratos foram mantidos. Algumas empresas aproveitaram o momento para dar férias. Isso aconteceu em 58,7%. A boa notícia é que o percentual de empresas que não precisou demitir aumentou. Passou de 75,2% para 76,1%. O número de demissões se manteve em 90, o mesmo registrado na primeira pesquisa. Em 15,5% das empresas houve contratação ou recontratação.

Outro item apurado na pesquisa diz respeito às perdas de receita. Para 12,57% das empresas houve redução de até 10% nas receitas. Para 16,03% as perdas giraram entre 11% e 20%. Para 13,33% as perdas foram de 21% a 30%. No caso de 14,63% dos entrevistados, a queda ficou entre 31% e 40%. Em 11,92% dos entrevistados, a pandemia causou queda de 41% a 50% da receita. Para 9,1% das empresas as perdas foram de 91% a 100%. Houve também perdas de 81% a 90% (1,41% das empresas), 71% a 80% (4,88% das empresas) e 61% a 70% (7,04% das empresas).

A pesquisa também mostrou qual o percentual de empresas que optaram pela postergação de impostos. Do total, 52,3% disseram que não postergaram. Ou seja, estão pagando os impostos em dia. Num outro questionamento, empresas revelaram se houve necessidade de negociar com fornecedores. Para 54,2% dos que responderam não foi necessário. O levantamento também mostrou o percentual de empresas que negociaram com os clientes. Nesse quesito a negociação ocorreu em 63,9%. No caso da inadimplência, 53,5% disseram que houve crescimento. Em 28,9% dos casos o aumento foi de até 20%. Em 20,5% das empresas foi de até 30% e em 10,8% de até 40%. Em 2,4% da amostra o aumento da inadimplência foi de até 100%. Na outra ponta, 24,1% das empresas disseram que o aumento foi de até 10%.

Avaliação

De acordo com o presidente da Acislo, Deni Luciano Boito, a pesquisa é importante, pois mostra a realidade do setor empresarial local diante da pandemia e, consequentemente, permite tomadas de decisões acertadas, bem como a defesa dos interesses frente ao comitê gestor do governo do Estado via Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc).

Ao traçar um comparativo com a primeira pesquisa, Boito afirma que o cenário e positivo. Segundo ele, é possível perceber que algumas empresas recontrataram e os índices de inadimplência estão diminuindo. Junto a isso, ele observa a questão do faturamento, já que as empresas revelaram ter mantido ou recuperado alguns pontos percentuais. “Os dados são claros e nos mostram a retomada da economia. Os dias parados deixaram sequelas e as mesmas não podem ser ignoradas. Entretanto, precisamos ter um olhar otimista, de retomada”, resume.

Defendendo que a pesquisa é importante para análises cirúrgicas do cenário econômico no município, Boito afirma que outros levantamentos serão realizados. O próximo deve ser deflagrado no mês de julho, na segunda quinzena. Como nem todos os setores retomaram as atividades ele entende que os dados norteiam os pleitos juntos esferas de governo. “Estamos focados e buscando alternativas para manter o associado informado. Assim, ele tem condições de tomar as decisões certas”, conclui.

Publicada em 10/06/2020

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