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O estudo de Viabilidade Técnica (EVTE) sobre a Nova Ferroeste foi apresentado na noite desta terça-feira, 28/6, pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) e pela empresa de engenharia TPF para as Associações Empresariais, prefeitos, autoridades e interessados, na sede da Associação Empresarial de Pinhalzinho. Mais de 100 mil reais foram investidos pelas associações empresariais do Oeste, Extremo Oeste e Noroeste de Santa Catarina, e mais 650 mil por outras entidades parceiras para viabilizar o estudo. O resultado atende as expectativas do setor empresarial e comprova: vale a pena sim investir na construção do ramal Cascavel a Chapecó.
Thiago Dantas, engenheiro e coordenador de Engenharia do EVTE, lembrou que com o marco das ferrovias agora é possível que uma empresa privada seja contratada para realizar um estudo de viabilidade como foi realizado com o ramal da Nova Ferroeste entre Cascavel e Chapecó.
O estudo mostrou que é possível fazer um projeto adequado à exigência para emissão de títulos verdes, construção de terminais ferroviários em Cascavel e Chapecó, utilização e bitolas largas (1,6m) nos 263 quilômetros de extensão da ferrovia. A previsão é que com a ferrovia até o ano de 2044 sejam transportadas 8,85% de toneladas úteis. Ganhos com redução de custos de transporte significativos, superando 9% nos últimos anos e se mantendo em patamar semelhante ao longo da maior parte do projeto.
O 1º vice-presidente da Facisc, Elson Otto, destacou que o evento demonstra que quando a classe empresarial se une com a comunidade somos capazes de realizar o que precisamos para suprir as nossas necessidades. “Temos que nos aproximar e trabalharmos juntos com o poder público para atender todos os anseios”.
A Ferroeste é de suma importância para a região e para todo o estado e foi reforçada pela visão nacional através do vice-presidente da Confederação das Associações Comerciais e empresariais do Brasil (CACB), Ernesto Reck, que esteve no evento, e endossada pelos presidentes das associações empresariais da região e prefeitos participantes do evento, como o presidente da ACIP de Pinhalzinho, Sergio Mazonetto. O presidente da Acic de Chapecó, Lenoir Brochi, destacou que o mais importante é trabalhar juntos. Do evento também saiu um manifesto pela BR-282 de todas as assinado por todas as Associações Empresariais, apresentado pelo presidente da ACIC Chapecó, e que reforça ainda mais a importância da ferrovia.
O primeiro passo foi dado que foi o estudo que comprova a importância da inclusão do ramal no projeto da Ferroeste. “A iniciativa privada tem papel fundamental e a concessionária atenderá primeiro as regiões que já estarão com esta parte burocrática pronta. São seis trechos e o projeto do trecho do grande Oeste catarinense já está pronto”, destacou Eduardo Scalia, diretor de Gestão Financeira da TPF.
Sérgio Matte, diretor de Relações Internacionais da Facisc, explica que os próximos passos agora são a consulta pública, o leilão e depois a execução do trecho. A expectativa é que a obra, após seguidos todos os passos e cumpridos prazos, fique pronta de oito a dez anos.
Segundo o estudo, aves, suínos, peixes, soja, milho e farelo de soja são os principais produtos. As carnes na exportação e os grãos na importação. O grande potencial deste estudo é possibilitar a importação dos insumos para o Oeste Catarinense com redução de custos. “A carga já existe e o que precisa é viabilizar o transporte”. 5 milhões de toneladas são transportadas entre entrada e saída de Chapecó. A produção total é de 86 milhões de toneladas na região.
Outro benefício apontado pelo estudo é o custo de frete considerando o trecho isolado traz uma economia de cerca de 10%. Se considerar o trecho todo a economia pode chegar a 25%. “Quanto maior o trecho maior a economia quando se trata de trecho ferroviário”, explica o engenheiro.
Para cumprir com os padrões para certificação do projeto para acesso à títulos ligados ao clima (Climate Bonds), o projeto deve apresentar taxas de emissão de CO2 abaixo das metas apresentadas no gráfico. O Ramal Cascavel – Chapecó atende a esses requisitos, tornando-se uma infraestrutura com selo verde.
Para o estudo foi utilizado o modelo de 4 etapas, análise comparativa do custo entre modais : rodoviário e ferroviário. Foram considerados os sentidos de importação e de exportação para determinação da AID. São previstos 18 Túneis com extensão total de 16 km, 1,45% de Classe de Rampa Compensada. A velocidade máxima autorizada de 80 km/h.
Sobre a contratação do Estudo
A realização do estudo foi contratada, de forma conjunta, em janeiro deste ano, pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC, Associação Comercial e Industrial de Chapecó – ACIC, Federação da Indústrias de Santa Catarina – FIESC, Sindicarnes, ABPA, CEC, OCESC e FAESC. Através da FACISC, 38 Associações Empresariais do Grande apoiaram e ajudaram a patrocinar o estudo de viabilidade. Foram arrecadados 750 mil, destes mais de 100 mil pelo Sistema Facisc, 100 mil pela Associação Empresarial de Chapecó, e o restante pela outras entidades parceiras.
Ao todo, o traçado do projeto passa por 66 municípios: 51 no Paraná, oito no Mato Grosso do Sul e sete em Santa Catarina. A Nova Ferroeste vai unir por trilhos Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro, e se transformar no segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, perdendo em capacidade apenas para a malha paulista. A ferrovia será verde e sustentável.
O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) prevê o investimento de R$ 35,8 bilhões para a construção e compra de material rodante para os 1.567 quilômetros de trilhos que vão ligar Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
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